sexta-feira, 1 de setembro de 2017

MESA DIGITAL COMO FERRAMENTA PARA A INCLUSÃO

MESA DIGITAL COMO FERRAMENTA PARA A INCLUSÃO


Fonte: brasil.estadao.com.br
        
Uma mesa digital, interativa e multidisciplinar, que pode ser utilizada por crianças a partir de 3 anos de idade.
A mesa digital tem se tornado aliada no desenvolvimento e estimulação de crianças autistas, com Síndrome de Down, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), surdez, deficiências físicas e motoras, entre outras. O uso pode ser tanto compartilhado com outras crianças ou em um trabalho específico.
A PlayTable foi lançada no mercado em 2014 pela Playmove Indústria e Comércio Ltda., uma empresa de Blumenau/SC. Criada inicialmente para entretenimento, para cantinhos da criança em restaurantes, salas de espera e shoppings, entre outros, depois foi repensada para a Educação e foi neste segmento que chamou a atenção de educadores para trabalhar com as chamadas “crianças de inclusão”, nas salas de recursos multifuncionais.
“Percebemos que a realidade das crianças nas escolas brasileiras é muito dura e restrita para as que não têm limitações físicas ou cognitivas e ainda maior para as crianças com deficiências”, explica o diretor executivo da empresa, Marlon Souza. “Uma das principais características do nosso produto é permitir a interação e socialização das crianças ao usar os jogos e aplicativos da PlayTable. Quisemos então que esta interação acontecesse da mesma maneira e com a mesma eficiência para crianças com ou sem deficiências. Daí partiu nosso trabalho de pesquisa e implementações que resultou numa mesa digital totalmente inclusiva e adaptativa para as diferentes realidades e necessidades dessas crianças, tanto na sua estrutura física quanto nos jogos e conteúdos disponíveis”, afirma.


Desde dezembro de 2014, todas as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) de Fraiburgo (SC) contam com mesas digitais com jogos educativos, que funcionam como ferramenta ludo pedagógica e apoiam o desenvolvimento cognitivo e motor de cerca de 170 crianças. Quando o objetivo é favorecer a educação inclusiva, diante de um contexto de ensino muitas vezes desafiador para professores e gestores, novos modelos de ensino e recursos inovadores ganham espaço. Seguindo essa tendência, a Secretaria de Educação Municipal adquiriu 40 PlayTables e distribuiu os equipamentos nas Escolas de Educação Básica do município.
A mesa digital tem se tornado aliada no desenvolvimento e estimulação de crianças autistas, com Síndrome de Down, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), surdez, deficiências físicas e motoras, entre outras. O uso pode ser tanto compartilhado com outras crianças ou em um trabalho específico.
A professora do município Tatiana Carla Scalabrin, os professores que atuam nas salas de AEE utilizam à formação continuada tanto para trabalhar com os materiais disponibilizados pelo MEC como para conhecer e discutir a legislação referente à educação especial. “Para facilitar a assimilação da mesa digital como ferramenta, a coordenação pedagógica, os professores do atendimento especializado e as psicopedagogas participaram de uma capacitação promovida pela Playmove, que desenvolveu a PlayTable”, conta.
A grande importância da inclusão, sensibiliza muito a nossa sociedade. Com isso, os avanços tecnológicos, estão sendo por meio institucionais, como o encontrado da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e também no campo legal, com a Lei Federal 12.796/2013, que atualiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/96) e exige que, até 2016, os municípios ampliem o número de vagas e tenham estrutura para oferecer educação especial nas pré-escolas.
Inclusão para combinar: a tecnologia e a ludo pedagogia


No município de Fraiburgo (SC), a mesa digital se deu no auxílio dos professores a explorar habilidades e raciocínio, concentração, coordenação motora fina, memória e compreensão. Serviu também como estímulo cognitivo e motivacional, onde se destaca por ser de simples manuseio. De acordo com a professora Tatiana, “os jogos são adequados para ajudar a superar as dificuldades de aprendizagem. Por isso acredito que podemos avançar em várias frentes”, afirma.
Segundo o nosso especialista em ludopedagogia, Cristiano Sieves, o planejamento de ações de inclusão no ambiente escolar depende basicamente de três fatores:
  • mapeamento das necessidades de adaptação dos estudantes;
  • Infraestrutura escolar;
  • Um modelo pedagógico e um plano de ensino que sejam de fato inclusivos.
A ludicidade tem papel importante na educação e na socialização de crianças com necessidades especiais, mas incluir essas pessoas na dinâmica da sala de aula ainda é um desafio. Entre os caminhos possíveis estão os jogos e brincadeiras que permitam a interação entre todas as crianças e a aposta em adaptações metodológicas”, finaliza Sieves.
Uma das desvantagens, é que não tem como ser utilizado por pessoas portadoras de deficiência visual por não ser interativa.
Com tantas inovações e possibilidades individuais de aprendizagem, questiona-se o quanto este distanciamento pessoal pode acarretar em um individualismo generalizado na sociedade, tornando as pessoas mais distantes e introspectivas. Já que as relações sociais são um ponto chave para a educação, cabe aos professores mediar estas inovações da sociedade para que a afetividade não seja substituída pela tecnologia.

Gisele Cristina e Tatiane Librelão

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