LUPA ELETRÔNICA, TECNOLOGIA A FAVOR DA INCLUSÃO
Os
Doutores da USP pesquisadores da área de oftalmologia e Design apoiados pelo FAPESP
(Fundação de amparoa pesquisa de São Paulo) trouxeram uma boa noticia para as
pessoas que sofrem de baixa visão ou visão anormal. A Bonavision, empresa
fundada pelos Doutores da USP, desenvolveu uma lupa eletrônica. O aparelho
consiste em uma lupa que acoplada em uma tela de computador, amplia
significativamente o tamanho das letras.
Diferente
da lupa manual, a lupa eletrônica corre por um trilho, diminuindo assim o desconforto
na hora da leitura. Diminui também o problema que o deficiente encontra ao se
situar no trecho da leitura que está fazendo após uma pausa. Outra boa notícia
é que o aparelho custa até dez vezes menos que o aparelho importado.
Já
no mercado, essa lupa tem beneficiado a vida de muitos estudantes brasileiros.
Escolas
públicas foram presenteadas com a lupa eletrônicas já que uma das preocupações
da empresa é a inclusão de deficientes visuais: “Desenvolvemos produtos para a
leitura porque acreditamos que, no caso das crianças, a leitura está
diretamente relacionada à educação, com consequências para toda a vida. Para
adultos contribui para melhorar as relações de emprego e trabalho e para idosos
é uma importante atividade de lazer e maior atividade cerebral”.
A
professora do 5º ano da Escola Estadual Maria de Deus, da cidade Ipatinga, MG,
Claudiane Fonseca, tem um aluno em sua turma, transferido de outra escola, que
faz uso da lupa eletrônica há seis meses, e declara: “JF melhorou muito depois
da lupa eletrônica. Antes reclamava de dor nas costas ao fazer a leitura do
conteúdo dado, hoje, já não se queixa mais, está muito contente, seu desempenho
em sala de aula melhorou muito, faz leitura com um tempo bem menor do que
antes. Em casa já até está lendo livros do Harry Porter (risos), disse que é
pra diversão. Seus pais compraram após terem conhecimento da tecnologia.”
Além
de Jf, outros dois alunos da escola também fazem uso da lupa eletrônica.
“Gosto
de ver meus alunos que antes se sentiam infelizes por não conseguirem
acompanhar os colegas tão empolgados com as aulas”, comenta a docente.
Porém
o único fator desinteressante da lupa eletrônica é que o tamanho das letras irá
responder ao tamanho da tela onde ela é acoplada, portanto, quanto maior a
tela, maior a letra.
“Equipamos
a sala de aula com uma tela de computador para que os nossos alunos tivessem
mais conforto e acessibilidade.As criançasacompanham todas as disciplinas, além
de utilizar a lupa eletrônica também na hora de escrever letras,desenhos,
números, nada escapa ao olhar de nossos alunos”, diz Claudiane.
A
escola atende alunos de 1º ao 5º ano, e virou referência na região por atender
crianças com baixa visão na escola, devido ao uso da lupa eletrônica.
“Todas
as escolas deveriam tê-la, já que o contato com o mundo letrado é de
fundamental importância para o desenvolvimento das crianças no processo da
alfabetização”, relata a diretora Vilma de Souza da escola então entrevistada.
Para
que o uso da lupa eletrônica aconteça nas escolas ou na residência dos
portadores de deficiência visual, é necessário que tenham um computador ou
tabletes para o aumento significativo das letras.
“Procuramos
parcerias com a população, comerciantes e entidades governamentais para a
divulgação dessa tecnologia, porque de nada adianta existir ferramentas tão
importantes dentro da inclusão, se quem mais precisa não tem o conhecimento que
elas existem”, afirma a professora do 5º ano Claudiane Fonseca.
A
estimativa é que pelo menos 300 escolas públicas sejam beneficiadas com a lupa
eletrônica até o ano de 2020.
Érica de Freitas (Pedagogia)
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