“Professora da rede estadual de ensino de Sete Lagoas, usa aplicativo para garantir aprendizagem de
alunos deficientes auditivos.”
www.bhlegal.net/blog/ve-libras-software-livre-traduz-fala-e-escrita-para-a-lingua-de-sinais/
A Deficiência
auditiva (perda auditiva) é quando a habilidade auditiva da pessoa é reduzida e
faz com que a pessoa tenha dificuldade de ouvir diálogos e outros sons. A deficiência auditiva moderada é a
incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser
compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais
avançados, como na perda auditiva severa e profunda, aparelhos e órteses ajudam
parcialmente. Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de
surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a
dificuldade de aquisição da língua oral, por isso a escola deve trabalhar o
aprendizado de Libras e da leitura orofacial.
As
escolas regulares com alunos com deficiência auditiva, todas tem o benefício
de direito a receber um intérprete de Libras e material de apoio para as
salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). A aquisição da
Língua Brasileira de Sinais é essencial para a comunicação com os demais e
para o processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no
contra turno, nas salas de AEE.
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http://www.portalsuldabahia.com.br/index.php/ilheus-abre-selecao-simplificada-para-professores-e-interprete-de-libras/
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No
dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do
aluno surdo, como é o caso da professora de ciências Cleide da Escola Estadual
Mário Faccio Gonçalves, na cidade de Sete Lagoas, da disciplina de Ciências que
implantou o aplicativo tradutor Libras Sem Fronteiras em seu computador, onde
toda a matéria em que ela vai apresentar em sala de aula seja repassada para
seus alunos com deficiência auditiva na mesma proporção e qualidade, porém em
libras, sendo o aplicativo também inverso, assim o material é todo traduzido em
libras, tanto o material apresentado em vídeos como livros. O aplicativo é muito
simples de ser utilizado, a matéria é digitalizada normalmente e ao lado é
feita toda tradução, no tempo real de digitação. Quando o texto já está pronto,
demora apenas alguns segundos a tradução. No caso do texto em libras, a
interpretação também é muito rápida. Além de a professora passar para os alunos
deficientes auditivos, ela também passa para os outros alunos, ou seja, a
interpretação além de incluí-los, também contribui para a alfabetização dos
demais alunos. No início, Cleide conta que alguns professores da escola diziam
ser desnecessário o uso do aplicativo, umas vez que era direito dos alunos ter
um interprete, porém, ela acredita na inclusão com maior facilidade e diz que
seus alunos sentem mais próximos dos colegas de classe e que inclusive
melhoraram suas notas e o interesse nas aulas. Também fala do incentivo dos
colegas que inclusive tinham dificuldades em realizarem trabalhos em grupos com
os colegas deficientes auditivos, porque por mais que eles tentavam entender,
existia um limite muito grande na comunicação. “Meus alunos uniram mais, embora
no início, os alunos que não tem deficiência acharem que era desnecessário para
eles uma atividade em que tudo era traduzido em libras ao lado, hoje eles já
não sentem mais isso, não existe mais o grupo dos deficientes auditivos, hoje
eles formam um grupo só na sala, não existe mais separação, ainda mais porque
os alunos hoje têm interesse em libras também”. Ressalta que todos os alunos
interagem, estudam juntos, realizam todas as atividades e destacam em todos os
trabalhos. Os colegas ainda falam que até a auto-estima dos colegas melhorou,
“Até nas reuniões de confraternização eles vão, querem sentar conosco, fazer os
trabalhos juntos e até disputam as melhores notas e hoje eles não perdem pra nenhum
de nós”, diz a aluna Juliana.
Hoje
o aplicativo Libras Sem Fronteiras é usado por todos os professores da escola,
mesmo que a sala tenha o interprete. Com esse projeto que não é só de
interpretação, mas também de inclusão, Cleide ganhou prêmio de professora
destaque em Sete Lagoas e hoje é referência para os demais colegas e continua
exercendo seu papel de educadora com muita dedicação. Bem como apresentado
acima, à tecnologia aplicada de maneira certa só tem a agregar na educação e
evolução de pessoas com deficiência auditiva, agindo como agente favorável e
concedendo a inclusão dessas pessoas na sociedade.
Jaqueline Pereira, Amanda Cecilio
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