terça-feira, 15 de agosto de 2017

PROFESSOR DE ESCOLA MINEIRA FAZ USO DE APLICATIVO COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA INTERAGIR COM ALUNOS SURDOS

PROFESSOR DE ESCOLA MINEIRA FAZ USO DE APLICATIVO COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA INTERAGIR COM ALUNOS SURDOS


O professor de matemática, José Luiz de França, da Escola Estadual Marina Bastos (EEMB), em Sete Lagoas, Minas Gerais, está utilizando o aplicativo “Hand Talk”, desde o início do corrente ano letivo, nas aulas de sua disciplina, visando melhorar a comunicação com os alunos surdos.
Hand Talk é uma plataforma que traduz simultaneamente conteúdos em português, seja ele digitado, falado ou até fotografado, para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e tem por objetivo a inclusão social de pessoas surdas. É um recurso gratuito, disponível para smartphones, tablets e computadores que realiza traduções automática para Língua de Sinais através de um intérprete virtual, o Hugo, e permite também que ouvintes possam aprender a se comunicar em LIBRAS.
Pioneira e referência como escola inclusiva do município, a EEMB é frequentada por estudantes do 5º ao 9º ano, e conta hoje, com cerca de 14 alunos com problemas de surdez. Apesar de possuir professores de apoio, a comunicação entre os portadores da deficiência auditiva e os ouvintes sempre foi uma grande barreira a ser vencida pela instituição.
Inicialmente o uso do aplicativo ficou restrito apenas à disciplina de matemática, sendo utilizado por alunos de 12 a 16 anos. Porém, devido ao grande sucesso e benefícios alcançados, ele passou a ser utilizado em todas as disciplinas a partir do 2º semestre do corrente ano.


A diretora da escola, Ana Maria da Silva, disse que a utilização do aplicativo trouxe diversos benefícios aos alunos portadores da surdez, pois, além de aumentar o interesse pela aula de matemática, facilitou a comunicação destes com os ouvintes, proporcionando maior auto confiança e interação com os colegas de classe e toda a equipe da escola.
O professor de matemática, José Luiz, conta que ao conhecer o aplicativo e verificar a eficiência e a fascinação que o mesmo desperta nos jovens, solicitou à direção da escola autorização para utilizá-lo em suas aulas, no que foi prontamente atendido.
A direção da escola mediante parcerias com a iniciativa privada e associação de pais conseguiu por meio de doações, a aquisição de 14 tablets, que foram distribuídos aos deficientes auditivos para serem utilizados nas aulas de matemática.
O professor explica que grava as aulas em áudio e texto, repassa para os alunos surdos que através do aplicativo conseguem acompanhar a explicação das matérias bem como realizar as atividades propostas, tornando a aula mais dinâmica.
Para ele, a utilização do aplicativo não só facilitou a comunicação com os alunos possuidores de problemas de surdez, aumentando a confiança dos mesmos, tornando-os mais independentes, mas também despertou o interesse dos alunos ouvintes em aprender LIBRAS. Além disso, com o uso do aplicativo, eles passaram a se interessar e a participar das aulas, reduzindo a intervenção do professor de apoio.
O professor destaca que é importante aproveitar o fascínio que as tecnologias despertam na juventude. Fazer uso de aplicativos como este em sala de aula, além de integrar os alunos surdos ao ambiente escolar, é uma maneira de despertar na juventude ouvinte o interesse em dominar também a Língua de Sinais, e contribuir para a redução da distância que hoje existe em relação à comunidade surda, provocada pela dificuldade na comunicação.
Ainda, segundo o professor, é preciso implementar algumas medidas, tais como, promover uma formação continuada dos professores, baixar o custo dos aparelhos ou conseguir de graça para aqueles que não tem como comprar, e realizar campanhas de incentivo aos jovens ouvintes para aprender a LIBRAS.

João Luiz da Silva Rios (Matemática) 

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