PROFESSOR DE ESCOLA
MINEIRA FAZ USO DE APLICATIVO COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA INTERAGIR COM ALUNOS
SURDOS
O professor de matemática,
José Luiz de França, da Escola Estadual Marina Bastos (EEMB), em Sete Lagoas,
Minas Gerais, está utilizando o aplicativo “Hand Talk”, desde o início do
corrente ano letivo, nas aulas de sua disciplina, visando melhorar a comunicação
com os alunos surdos.
Hand Talk é uma plataforma que traduz simultaneamente
conteúdos em português, seja ele digitado, falado ou até fotografado,
para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e
tem por objetivo a inclusão social de pessoas
surdas. É um recurso gratuito, disponível para smartphones, tablets e
computadores que realiza traduções automática para Língua de Sinais através de
um intérprete virtual, o Hugo, e permite também que ouvintes possam
aprender a se comunicar em LIBRAS.
Pioneira e referência como escola inclusiva
do município, a EEMB é frequentada por estudantes do 5º ao 9º ano, e conta
hoje, com cerca de 14 alunos com problemas de surdez. Apesar de possuir
professores de apoio, a comunicação entre os portadores da deficiência auditiva
e os ouvintes sempre foi uma grande barreira a ser vencida pela instituição.
Inicialmente o uso do
aplicativo ficou restrito apenas à disciplina de matemática, sendo utilizado
por alunos de 12 a 16 anos. Porém, devido ao grande sucesso e benefícios
alcançados, ele passou a ser utilizado em todas as disciplinas a partir do 2º
semestre do corrente ano.
A diretora da escola, Ana Maria da Silva, disse
que a utilização do aplicativo trouxe diversos benefícios aos alunos portadores
da surdez, pois, além de aumentar o interesse pela aula de matemática, facilitou
a comunicação destes com os ouvintes, proporcionando maior auto confiança e
interação com os colegas de classe e toda a equipe da escola.
O professor de matemática, José Luiz, conta
que ao conhecer o aplicativo e verificar a eficiência e a fascinação que o
mesmo desperta nos jovens, solicitou à direção da escola autorização para
utilizá-lo em suas aulas, no que foi prontamente atendido.
A direção da escola mediante parcerias com a
iniciativa privada e associação de pais conseguiu por meio de doações, a
aquisição de 14 tablets, que foram distribuídos aos deficientes auditivos para
serem utilizados nas aulas de matemática.
O professor explica que grava as aulas em
áudio e texto, repassa para os alunos surdos que através do aplicativo
conseguem acompanhar a explicação das matérias bem como realizar as atividades
propostas, tornando a aula mais dinâmica.
Para ele, a utilização do aplicativo não só facilitou
a comunicação com os alunos possuidores de problemas de surdez, aumentando a
confiança dos mesmos, tornando-os mais independentes, mas também despertou o
interesse dos alunos ouvintes em aprender LIBRAS. Além disso, com o uso do
aplicativo, eles passaram a se interessar e a participar das aulas, reduzindo a
intervenção do professor de apoio.
O professor destaca que é importante
aproveitar o fascínio que as tecnologias despertam na juventude. Fazer uso de
aplicativos como este em sala de aula, além de integrar os alunos surdos ao
ambiente escolar, é uma maneira de despertar na juventude ouvinte o interesse
em dominar também a Língua de Sinais, e contribuir para a redução da distância
que hoje existe em relação à comunidade surda, provocada pela dificuldade na
comunicação.
Ainda, segundo o professor, é preciso implementar
algumas medidas, tais como, promover uma formação continuada dos professores, baixar
o custo dos aparelhos ou conseguir de graça para aqueles que não tem como
comprar, e realizar campanhas de incentivo aos jovens ouvintes para aprender a
LIBRAS.
João Luiz da Silva Rios (Matemática)
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